Júpiter, Série Planetas - Capítulo 5
Visível a olho nu, Júpiter é como uma estrela no céu noturno. Em determinada época do ano, logo após o pôr do Sol, ele também desponta da mesma forma. Agora quando observado por um telescópio, ele mais se parece com uma arte surreal pintada por um artista. Mas ele é real suficiente para que o equilíbrio do Sistema Solar também dependa dele, além de outros importantes aspectos. Como o maior, ele acumula para si 70% da massa de todos os planetas e quando se trata de planetas do Sistema Solar, podemos dizer que Júpiter é o chefe maior.
Mitologia
Marduque para os babilônicos. Para os orientais ele era o deus da madeira. Thor, para os bávaros e Júpiter, o principal deus para os romanos,
O deus romano Júpiter, com sua esposa Juno. |
Na astrologia ocidental, Júpiter vem associado à sorte e prosperidade, crescimento, como também aos sentimentos de justiça e moral.
História e um pouco de imaginação
Havia uma nuvem na galáxia que tinha a mesma composição do Sol. Conforme a gravidade foi juntando a matéria, esta implodiu formando a estrela. Mas nem todo o material foi utilizado. A matéria remanescente deixada pelo Sol formado se espalhou pelo então recém nascido Sistema Solar. Essa matéria também começou a se aglutinar em "lotes" e cada lote se tornou um planeta, com suas respectivas luas. O que não foi utilizado ficou perdido, ou nos cinturões de asteroides (são 2: um entre Marte e Júpiter e o outro se localiza na órbita de Plutão), ou então na grande nuvem de Oort.
Processo de formação de um sistema solar |
Júpiter: "quase" uma estrela.
Júpiter acumulou tanta matéria que "por pouco" não virou uma estrela. É assim que pensam alguns cientistas. Afinal, não é de se espantar, visto que sua composição lembra a composição do Sol: muito hidrogênio e uma quantidade significativa de hélio. Porém, devido a quantidade insuficiente de massa, não houve pressão para que a gravidade pudesse fazer o seu papel natural, que é de concentrar matéria, esquentando-a o suficiente para que núcleos de hidrogênio comecem a se tocar e, assim, iniciar a fusão nuclear.
Concepção artística de um planeta com dois sóis |
Imagina nosso Sistema Solar com duas estrelas? Além do Sol, uma estrela do tipo G2v, com uma temperatura superficial em torno de 5.500° C, teríamos outra, só que uma anã vermelha. Os dias se intercalariam entre um Sol e outro. Incrível visualmente, mas isso implicaria em muitas mudanças para a Terra. Inclusive, provavelmente, nós nem estaríamos aqui.
Júpiter, O Protetor
Júpiter e sua massa colossal interferem muito na dinâmica do Sistema Solar. Interferem ao ponto de ser um dos objetos celestes responsáveis pelo que acontece, inclusive, na Terra, protegendo-nos de perigos que poderiam ameaçar nossa vida.
Quando Júpiter não "ingere" a matéria que está passando por perto dele através da força de sua gravidade, ele as agarra em um abraço gravitacional e as lança de volta. É como um barreira que impede que muitos objetos sigam para o interior do Sistema Solar, onde encontramos, Marte, Terra, Vênus e Mercúrio.
Ao varrer o restante da formação do Sistema Solar, parte para fora, parte em direção ao Sol, o protetor Júpiter deixa uma área do Sistema Solar livre para que os planetas internos possam existir com certa paz.
A partir daí podemos presumir que o que acontece nos planetas internos é devido à relativa calma que Júpiter impôs através de seu campo gravitacional, que pode ser comparado a uma rede de pescar, influenciando o curso de cometas, meteoros e asteroides. Assim, pode ser graças a Júpiter também que temos vida na Terra em um ambiente relativamente seguro, ao invés de sermos alvejados por cometas constantemente.
Cometa Shoemaker–Levy 9
Uma das maiores provas que nós temos do poder gravitacional de Júpiter aconteceu em 1994, quando o cometa Shoemaker–Levy 9 estava em rota de colisão com Júpiter. A atração gravitacional de Júpiter é tão grande que partiu o cometa em pedaços, que acertaram o planeta separadamente a uma velocidade de 60 km/segundo.
O Telescópio Espacial Hubble pôde presenciar esse evento. Nuvens de material foram ejetadas para o alto do local onde as partes caíram. Uma das explosões gerou uma bola de fogo que se estendeu por quase 3 mil km de altura em direção ao espaço. Caso fosse a Terra o alvo de Shoemaker-Levy-9, o evento causado poderia ser comparado ao que exterminou os dinossauros da face de nosso planeta.
Os impactos dos pedaços do cometa Shoemaker-Levy-9 |
Estamos falando de uma energia liberada que teria entre 10 a 20 vezes a quantidade total de arsenal bélico do mundo.
Close-up de um dos impactos do cometa |
E se Júpiter não existisse? Para onde esse monstro teria ido? Não só Shoemaker-Levy-9 pararam em nosso escudo celestial. Especialistas especulam que há 8 mil vezes mais impactos de objetos em Júpiter do que na Terra.
Por outro lado, quando Júpiter não atrai objetos ao ponto de engoli-los, ele pode os arremessar a incríveis 50 km/s. E esse arremesso não tem um destino.
Atmosfera
A maior atmosfera do Sistema Solar, atrás apenas da atmosfera solar. Ela é composta de hidrogênio e hélio, em proporções parecidas com as do Sol. Pode-se medir também a presença outros elementos e compostos químicos (elementos mais pesados que o hidrogênio e hélio), assim como metano, amônia, água, sulfeto de hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e gases nobres.
Não é tão simples delimitar o que é atmosfera em um planeta gasoso, pois à medida que se mergulha nas profundezas do planeta em direção ao centro, esta atmosfera vai sofrendo uma transição de estado. De baixo para cima, as camadas se dividem em troposfera, estratosfera, termosfera e exosfera. A camada mais baixa, ou troposfera, é composta por um complexo de nuvens com camadas de amônia e água. As nuvens superiores de amônia são visíveis da superfície e estão dispostas em faixas paralelas horizontais. Elas se limitam por fortes ventos, denominados jatos. Essas faixas apresentam
cores diferentes. Enquanto que as faixas mais escuras (ventos quentes) são chamadas de cinturões, as de cor mais clara (e frias) são denominadas zonas.
Clima
Em comparação com o clima de Júpiter, o clima da Terra é simples. Lá há vários sistemas de tempestades sobrepostos. Há uma grande quantidade de matéria que se desloca do oeste para o leste a 200 mts/s.
Tempestades em Júpiter
Júpiter tem, de longe, o clima mais complexo e exótico do Sistema Solar. Suas nuvens tempestuosas são feitas de amônia, enxofre e água.
Essas tempestades são sempre acompanhadas por raios. Elas são o resultado de convecção úmida na atmosfera, em conjunto com a evaporação e condensação de água. Estas regiões possuem fortes correntes de ar, que correm para cima, levando à formação de nuvens brilhantes e densas. As tempestades formam-se primariamente em cinturões. Os raios de Júpiter são mais potentes que os da Terra, mas ocorrem em menos quantidade, e os níveis de atividade de raios são comparáveis aos da Terra.
A grande mancha
A famosa mancha vermelha é sistema de alta pressão, que leva 10 dias para completar uma rotação. Ela é um furação ao contrário, mas sem a presença de água para ter se formado, algo totalmente novo para nós. Ali os ventos são velozes - cerca de 600 km/h - e acompanhados de relâmpagos.
Uma dúvida interessante sobre essa característica em Júpiter é o que a mantém ativa, já que ela não tem centro, nem é alimentada por água e também não se forma sobre nenhum oceano.
Há uma teoria de que ela seja um vulcão atmosférico. Gases quentes emergem continuamente do interior do planeta, que enquanto tentam escapar, criam uma espécie de vórtice. Mas a teoria não explica como ela pode ser tão bem formada e não se mover.
A mancha vermelha não é a única tempestade em Júpiter. Pode-se observar nuvens com 3 camadas pairando sobre o planeta.
Dentro da atmosfera jupiteriana há trovões bem altos. O som lá viaja cerca de 4 vezes mais rápido do que na Terra, cerca de 5 mil km/h.
Magnetosfera
Uma das características mais impressionantes de Júpiter é invisível aos nossos olhos. Maior do que a grande mancha vermelha, mais dinâmica do que as correntes de vento e mais mortífera do que muitas coisas que você puder imaginar. O campo magnético de Júpiter é o maior objeto do Sistema Solar. Ele só não emite mais radiação do que o Sol. Um invólucro de 700 milhões de km de extensão, impregnado de partículas eletricamente carregadas.
Luas
Com 67 luas, das quais vamos destacar as 4 luas galileanas (que foram descobertas por Galileu Galilei em 1610), Júpiter parece um modelo de sistema solar em miniatura.
Júpiter e as 4 luas descobertas em 1610 por Galileu Galilei |
Essas 4 luas - Io, Europa, Ganimedes e Calisto - são as principais e acumulam 99,997% de toda matéria presente em órbita do planeta. Os 0,003% restantes formam as 63 luas e o fino anel que há em Júpiter, assim como em Saturno, claro que guardando as devidas proporções.
Io
Diâmetro equatorial de 3.642 km
Distância média de Júpiter: 421.700 mil km
Gravidade: 1,796 m/s²
Período de rotação: 1 dia, 18 horas e 23 minutos
Temperatura média: -141 °C
Atmosfera: 90% dióxido de enxofre
Alguns fatos sobre Io:
Descoberta por Galileu em 1610, o nome é uma referência a Io, que na mitologia grega era uma ninfa de Zeus que foi transformada em uma... vaca por ele. Segundo a lenda, a esposa de Zeus, Hera, descobriu a traição toda. Ele, na intenção de livrar o affair das garras da esposa traída, teve a BRILHANTE IDEIA de transformar Io em um quadrúpede ruminante.
Enfim, agora vamos aos fatos de verdade:
Io é a quarta maior lua do maior planeta do Sistema Solar. Somente para comparação, ela é um pouco maior do que a nossa Lua. Io foi uma das maiores surpresas encontradas ao redor de Júpiter. Ela tem nada menos que 400 vulcões ativos.
Além do próprio planeta Júpiter, as luas Europa e Ganímedes também exercem força gravitacional sobre Io. Enquanto as luas puxam Io para longe do planeta, Júpiter compensa esse recuo quando Ganímedes e Europa não estão por perto, atraindo e corrigindo a órbita dela. Esse vai e vem ocasiona um evento chamado de oscilação das marés, que faz o interior de Io aquecer ao ponto de transformar a rocha em lava.
Uma outra característica de Io é que ela age como um gerador elétrico à medida que se move pelo campo magnético de Júpiter, liberando 400.000 volts, gerando uma corrente elétrica de cerca de 3 milhões de amperes que flui ao longo do campo magnético para a ionosfera do planeta, ocasionando tremendas auroras em Júpiter.
Sobre a possibilidade de haver vida:
Tendo em vista que a superfície é continuamente renovada com a lava que sai dos vulcões (5 polegadas de espessura em uma década), assim, enterrando as pistas a respeito do passado de Io, cientistas recorrem aos modelos simulados computadorizados para entender sua dinâmica geológica.
E é através dos dados de modelos simulados, Dirk Schulze-Makuch, que é astrobiólogo da Universidade do estado de Washington, afirma que “no passado as condições em Io eram amigáveis. Se a vida já se desenvolveu em Io, há uma chance dela ter sobrevivido até aos nossos dias."
“Todo mundo tende de imediato em excluir categoricamente a possibilidade de vida em Io", diz Schulze. "A vida na superfície é quase impossível, mas se você pensar que a vida pode ter se escondido sob a superfície, a coisa começa a ficar intrigante", disse Dirk Schulze-Makuch. "Nós não devemos classificar Io como estéril de imediato só porque há temperaturas tão extremas por lá."
Por que não? Modelos de computador sugerem que Io está em uma região em torno de Júpiter onde o gelo de água era abundante no passado. O calor de Io, combinado com o gelo ali presente poderia resultar em água líquida. E água é o elemento que torna a vida possível.
"Pode ter existido uma grande quantidade de água em Io logo após sua formação, a julgar pela quantidade de gelo de água em Europa e Ganímedes atualmente", segundo Schulze-Makuch.
A radiação de Júpiter teria acabado com essa água da superfície de Io, em um período de 10 milhões de anos. A partir daí a vida poderia ter recuado para o subsolo, onde a água ainda pode ser abundante e os compostos de atividade geotérmicas e enxofre poderiam fornecer energia suficiente para sobrevivência de micróbios.
Europa
Diâmetro equatorial de 3.128 km
Distância média de Júpiter: 670 mil km
Gravidade: 1,314 m/s²
Período de rotação: 3 dias, 13 horas e 13 minutos
Temperatura média: -171 °C
Atmosfera: 100% oxigênio
A sexta maior lua do Sistema Solar. Provavelmente seu núcleo é composto de ferro. A parte rochosa é composta por rochas de silicato, coberta por uma crosta de gelo e sua fina atmosfera que é composta basicamente por oxigênio.
Forças de maré, provocadas pela gravidade de Júpiter, seu planeta hospedeiro, fazem com que a lua contraia e estique, dependendo da posição que ela está em relação ao planeta. Esse movimento gera calor, que é liberado do centro para as bordas dela.
Sob a crosta congelada, há um oceano de água salgada em Europa. De acordo com um estudo publicado pela Geophysical Research Letters, as águas subterrâneas de Europa podem ter mais a ver com os nossos oceanos do que pensávamos. Em outras palavras, Europa pode estar repleta de vida alienígena. Acredita-se que em algum ponto desse oceano submerso o calor seja satisfatório para que a vida possa florescer.
Segundo aponta o modelo do estudo, mesmo se a lua não tiver atividade vulcânica, há um equilíbrio químico que favoreceria a vida por ali, inclusive parecido com os oceanos da Terra.
A peça chave desse quebra-cabeça é saber se Europa tem ambientes onde os elementos químicos são combinados nas proporções certas para alimentar processos biológicos. A vida na Terra necessita disso.
Pesquisadores do JPL (Jet Propulsion Laboratory ) da NASA em Pasadena, compararam o potencial de Europa para a produção de hidrogênio e oxigênio com a da Terra, através de processos que não envolvem diretamente vulcanismo. O equilíbrio destes dois elementos é um indicador chave da energia disponível para a vida. O estudo constatou que os resultados seriam comparáveis em escala. Em ambos os mundos, a produção de oxigênio é cerca de 10 vezes maior do que a produção de hidrogênio.
Resultados em estudos desse tipo encorajam ainda mais o envio de uma sonda específica para perfurar o gelo e desbravar os mares submersos desse mundo incrível.
Ganimedes
Diâmetro equatorial de 5.268 km
Distância média de Júpiter: 1.071.600 mil km
Gravidade: 1,428 m/s²
Período de rotação: 7 dias, 3 horas e 43 minutos
Temperatura média: -163 °C
Atmosfera: 100% oxigênio
Seu nome é o único masculino das 4 luas principais. Ganimedes foi um dos amores de Zeus. Ele era um jovem afamado por sua aparência. Assim, Zeus se transformou em um águia para raptar Ganimedes para levá-lo até o Olimpo em suas garras. Assim, no Olimpo, Zeus concedeu a imortalidade a Ganimedes.
Composto de rochas de silicato, gelo e água. Segundo a sonda Galileu, Ganimedes pode ser dividida em 3 camadas, com um núcleo de ferro e enxofre derretido envolto por um manto rochoso, com uma capa de gelo por cima.
É estimado que haja mais água em Ganímedes do que na superfície da Terra. Identificar água liquida é crucial na busca de mundos habitáveis além da Terra e para a busca de vida, assim como a conhecemos. Maior (em tamanho, mas não em massa) que o planeta Mercúrio. Além de ser a maior lua do sistema solar, ela também é a única que tem seu próprio campo magnético, que assim como na Terra e em outros planetas criam auroras. . O campo magnético de Ganímedes interage com o de Júpiter. E ao observar essa interação, pesquisadores foram capazes de determinar que há uma grande quantidade de água salgada sob a crosta.
Calisto
Diâmetro equatorial de 4.806 km
Distância média de Júpiter: 1.882.700 mil km
Gravidade: 1.236 m/s²
Período de rotação: 16 dias, 16 horas e 32 minutos
Temperatura média: -139,1 °C
Atmosfera: Composta por Dióxido de carbono e oxigênio
A terceira maior lua do Sistema Solar e a segunda maior de Júpiter, atrás de Ganimedes. Ela é praticamente do tamanho do planeta Mercúrio. Das 4 luas principais, é a única que não sofre os efeitos da força de maré, como também é a que menos sofre com a radiação da magnetosfera de Júpiter, por ser a mais afastada delas. Ela também é composta de gelo e rocha em proporções muito parecidas. Sobrevoos da sonda Galileu indicam que Calisto é composta por um núcleo de silicato, como também ter um oceano submerso com água líquida com profundidades de até 100 km.
Sua superfície é cheia de crateras e extremamente antiga. Não há nenhum sinal de atividade tectônica ou vulcanismo em sua superfície e pensa-se que sua evolução tem ocorrido principalmente sob a influência dos impactos de diversos meteoritos ao longo de sua existência. Os principais acidentes geográficos incluem várias crateras de impacto, grandes bacias de impacto com vários anéis concêntricos e cadeias de crateras com escarpas, cumes e depósitos.Em pequena escala, a superfície é variada e consiste em pequenos depósitos brilhantes congelados no topo das colinas, cercados por uma baixa manta de material escuro.
Missões enviadas
No dia 5 de Setembro de 1977 a sonda Voyager 1 foi lançada numa trajetória balística de encontro com Jupiter e Saturno. A trajetória da Voyager 1 poderia ter sido alterada para obter uma nova trajetória de encontro com Plutão, mas a lua de Saturno, Titan, que por sua vez era conhecida por ter atmosfera, foi priorizada.
No dia 5 de Março de 1979 a Voyager 1 passou próxima a lua Amalthea, em seguida passou próxima de Júpiter com uma distância mínima de 209068 quilômetros da superfície, em seguida por Io e Europa, no dia seguinte a sonda passou próxima de Ganymede e Callisto. Em 18 de Outubro de 1989 a sonda Galileo foi lançada numa trajetória balística de encontro com Venus, Terra e Júpiter. Ou seja, em 10 de Fevereiro de 1990 ela passou por Venus com uma distância mínima de 16000 quilômetros, em 8 de Dezembro do mesmo ano passou pela Terra com uma distância mínima de 960 quilômetros e em 8 de Dezembro de 1992 a sonda passou pela Terra de novo com uma distância mínima de 303 quilômetros, finalmente ganhando a velocidade e trajetória necessária para alcançar Júpiter.
Em 13 de Julho de 1995 a sonda Galileo liberou uma pequena sonda atmosférica que ela carregava com o propósito de colidi-la com a atmosfera de Júpiter depois de 5 meses para coletar dados. Em 7 de Dezembro de 1995 Galileo passou próximo de Europa com uma proximidade de 33000 quilômetros e próximo de Io com uma proximidade de 900 quilômetros.
Quatro horas depois de passar por Io, Galileo se aproximou de Júpiter com uma distância mínima de 214.552,9 km quilômetros e usando o seu combustível ela se tornou a primeira sonda a entrar em orbita do gigante gasoso. Em 5 de Agosto de 2011 a sonda Juno foi lançada numa trajetória balística de encontro com Júpiter que, após uma passagem pela Terra em 9 de Outubro de 2013, foi precisamente definida. E em 4 de Julho de 2016 a sonda Juno fez uma manobra para entrar em orbita de Júpiter usando o seu propulsor a uma distância mínima de 4475 quilômetros da superfície de Júpiter.
A NASA tem planos para explorar a lua de Júpiter, Europa, com 9 instrumentos já selecionados para futuras missões, incluindo câmera e espectrômetro para determinar a composição da superfície. Um radar que penetre o gelo vai determinar a espessura da camada de gelo e procurar por lagos subterrâneo. A missão também vai carregar magnetômetro para mensurar a força e a direção do campo magnético de Europa, algo que iria permitir cientistas determinarem a profundidade e salinidade do seu oceano. Um instrumento térmico vai mapear a superfície congelada de Europa em busca por erupções recentes de água morna, enquanto instrumentos adicionais vai buscar por evidência de água e pequenas partículas na fina atmosfera de Europa.
Estudar a composição dessas erupções de vapor de água iria ajudar cientistas a investigarem a composição química de um ambiente potencialmente habitável enquanto minimiza a necessidade de uma sonda perfuradora para aterrissar em Europa. A sonda desta futura missão para Europa iria passar 45 vezes próxima a superfície com distâncias variadas entre 2700 quilômetros e 25 quilômetros durante sua orbita em volta de Júpiter.
Nomes originais de todos os instrumentos já selecionados para a Missão Europa: - Plasma Instrument for Magnetic Sounding (PIMS) - Interior Characterization of Europa using MAGnetometry (ICEMAG) - Mapping Imaging Spectrometer for Europa (MISE) - Europa Imaging System (EIS) - Radar for Europa Assessment and Sounding: Ocean to Near-surface (REASON) - Europa THermal Emission Imaging System (E-THEMIS) - MAss SPectrometer for Planetary EXploration/Europa (MASPEX) - Ultraviolet Spectrograph/Europa (UVS) - SUrface Dust Mass Analyzer (SUDA)
Exploração das Luas
Sondas
Mais missões deverão ser enviadas no futuro, isso é certo. Mas a maioria delas será endereçada não objetivamente ao planeta, mas sim ao sistema jupiteriano, destacando suas luas principais, inclusive Europa, Ganimedes e Calisto, onde há fortíssimos indícios de acomodarem oceanos profundos debaixo de uma crosta congelada.
Uma missão conjunta da NASA/ESA (Agências norte americana e europeia) está sendo elaborada. Chamada de Europa Jupiter System Mission (EJSM), a missão objetiva estudar outros aspectos de Júpiter e suas luas oceânicas. A última previsão para lançamento é para 2020, que contará com dois orbitadores, um desenvolvido pela NASA chamado de Jupiter Europa Orbiter, como também o Jupiter Ganymede Orbiter, este desenvolvido pela ESA.
Porém, dificuldades orçamentárias tem deixado o projeto atrasado.
Europa
Em 2013, o Conselho Nacional de Pesquisa Científico Planetária dos EUA enviou uma recomendação para o programa de exploração espacial da NASA. A exploração de Europa estava no topo da lista de prioridades para exploração espacial. Desde então, a NASA tem trabalhado em uma missão para a gélida lua de Júpiter.
De acordo com a NASA, esta missão – que seria lançada depois da década de 2020 – faria vários sobrevoos em Europa, com uma espaçonave orbitando Júpiter. Haverá 9 instrumentos científicos a bordo, incluindo câmeras, radar para ver debaixo do gelo e tentar mensurar sua espessura, um magnetômetro para mensurar o campo magnético e indicar a salinidade deste oceano e um instrumento térmico para procurar por sinais de erupções. Os 45 sobrevoos iriam ser feitos a uma altura entre 25 km e 2.700 km.
A ESA planeja também uma missão a Europa e duas outras luas utilizando um explorador que se chamará JUICE (JUpiter ICy moons Explorer, ou Explorador das luas gélidas de Júpiter). Espera-se que o lançamento seja em 2022 e sua chegada seja em 2030. A duração da missão será de 3 anos. Uma vez alcançado o alvo, Europa, a missão irá procurar por moléculas orgânicas e outros aspectos que façam da lua favorável a existência de vida. Ainda, a missão irá inspecionar a espessura da crosta de gelo, particularmente sobre as regiões ativas.
Ganimedes
Os russos também querem enviar uma sonda a Ganimedes. Engenheiros da Agência Espacial Russa, Roscosmos, propuseram um módulo orbitador e outro que pousaria em uma missão a Ganímedes. Sugere-se que o lançamento poderia acontecer na próxima década
Missão Tripulada
Para Júpiter isso é impossível, já que o planeta não tem superfície sólida para pouso. Mas suas luas oferecem essa possibilidade, inclusive Europa, Ganimedes, que como pudemos ver, tem um oceano de gelo e Calisto, por receber menos radiação de Júpiter em relação às outras luas Galileanas.
Uma missão até Júpiter, para meados desse século, está sendo sugerida pela NASA.
Um pouco de surrealismo para a época atual.
A NASA tem especulado a viabilidade de extrair substâncias da atmosfera dos planetas gasosos, especialmente hélio-3, um isótopo de hélio que é raro na Terra e poderia ter um alto valor como combustível termonuclear. Fábricas em órbita poderiam extrair o gás e levá-lo a naves espaciais. No entanto, o sistema jupiteriano possui algumas desvantagens para colonização devido à alta dose de radiação e o fundo poço gravitacional do planeta. O nível de radiação em Io é de cerca de 36 Sv (3600 rem) por dia e em Europa é de cerca de 5,4 Sv (540 rems) por dia, o que é um aspecto importante devido ao fato que uma exposição a 0,75 Sv por alguns dias é suficiente para causar envenenamento por radiação, e cerca de 5 Sv por alguns dias é fatal.
Edição: @difurlan1
Participação - Missões Enviadas
@jonathantorres19
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