A Lua da Terra é atingida por um número surpreendente de meteoros
A Lua experiencia um bombardeamento mais frequente por pequenos meteoroides do que anteriormente previsto, de acordo com novas observações do LRO (Lunar Reconnaissance Orbiter) da NASA. O resultado implica que as características da superfície lunar, que anteriormente se pensava ser jovens por causa da presença de relativamente poucas crateras de impacto, podem ser ainda mais jovens do que prévias estimativas.
A descoberta também implica que equipamentos colocados na Lua por um longo período de tempo – tal como uma base lunar – deve ser construído com materiais mais resistentes. Enquanto um impacto direto de um meteoroide é ainda improvável, uma chuva mais intensa de detritos secundários lançados a partir de um impacto próximo pode por em risco equipamentos valiosos na superfície.
“Antes do lançamento do LRO, pensava-se que o espalhamento da superfície lunar causado por impactos de meteoroides iria tipicamente levar milhões de anos para cobrir 2 centímetros da superfície” disse Emerson Speyerer da Universidade do Estado do Arizona em Tempe. “Novas imagens do LROC (Lunar Reconnaissance Orbiter Camera) estão revelando pequenas mudanças que estão transformando a superfície lunar muito mais rápido do que anteriormente se pensava.” Speyerer é o autor principal do paper sobre esta pesquisa da edição de 13 de Outubro no jornal Nature.
“A taxa de agitação recentemente determinada significa que as pegadas dos astronautas da Apollo vão sumir dentro de algumas dezenas de milhares de anos, ao em vez de milhões,” disse o co-autor Mark Robinson da Universidade do Estado do Arizona.
Uma das primeiras pegadas na Lua, esta é uma imagem de uma pegada deixada pelo astronauta Buzz Aldrin durante a missão Apollo 11. Neil Armstrong e Buzz Aldrin andaram na Lua em 20 de Julho de 1969.
O LRO entrou em orbita da Lua em Junho de 2009 e deis de então tem adquirido um extenso conjunto de imagens de alta resolução da superfície lunar, incluindo pares de imagens das mesmas áreas tiradas em diferentes épocas. Usando estas imagens antigas e recentes (pares temporários) adquiridas pelo LRONAC (Lunar Reconnaissance Orbiter Narrow Angle Camera), o time identificou mais de 200 crateras de impacto que formaram durante a missão Lunar Reconnaissance Orbiter, crateras que variam em tamanho de 3 para 43 metros de diâmetro.
Imagem temporal formada a partir de duas imagens do LRONAC revela uma cratera de impacto de 12 metros de diâmetro formada entre 25 de Outubro de 2012 e 21 de Abril de 2013, o cenário tem 1300 metros de largura. O ponto de impacto é visto como uma pequena área brilhante no centro, as áreas escuras são o resultado da ejeção de material a partir do impacto, que se estendeu por uma área muito maior do que anteriormente se pensava.
Deis de que crateras de impacto acumulam-se ao longo do tempo, uma superfície com mais crateras é mais antiga do que uma superfície com menos crateras. Saber a quantidade de crateras que se formam a cada ano é importante para estimar a absoluta idade das regiões mais novas. Analisando o número, tamanho de distribuição, e o tempo entre cada imagem temporal, o time estimou a taxa de formação de crateras na Lua. Durante a pesquisa, eles identificaram uma taxa de formação de crateras de 30% maior do que anteriormente estimado por modelos anteriores.
“Com essa taxa potencialmente mais alta de impactos, as características – com novos modelos de datação derivados da contagem de crateras – e a taxa padrão pode de fato ser ainda mais novas do que anteriormente se pensava,” disse Speyerer. “Porém, para ter certeza, nós precisamos de mais anos de observações e descobertas de novas crateras.”
Além da descoberta de novas crateras de impacto, o time observou mais de 47000 pequenas mudanças de superfície, das quais eles chamam de “Splotches”, que significa “manchas”. Elas são mais provavelmente causadas por pequenos impactos, de acordo com Speyerer. Há densos grupos destes Splotches em volta desses novos locais de impacto sugerindo que muitos Splotches pode ser mudanças secundárias de superfície causadas por material atirado a partir de impacto primário.
O time estimou a acumulação destes Splotches ao longo do tempo e através da medição de seu tamanho, eles inferiram a profundidade de cada Splotch e a velocidade que isso leva para varrer a superfície lunar com alguns centímetros de camada. O time descobriu que 99% da superfície lunar estaria varrida por Splotches depois de aproximadamente 81000 anos. Essa taxa é mais do que 100 vezes mais rápida do que modelos anteriores previam, que consideravam apenas o efeito dos impactos de micrometeoritos, ignorando os efeitos secundários de cada impacto.
“Essa taxa superior de espalhamento de superfície lunar vai ser uma informação importante para futuros designers de bases lunares,” disse Speyerer. “Estruturas de superfície terão que ser designadas para resistir impactos de pequenas partículas que se movem acima de 500 metros por segundo.”
A pesquisa foi financiada pelo projeto Lunar Reconnaissance Orbiter. O Lunar Reconnaissance Orbiter Camera foi desenvolvido na Universidade do Estado do Arizona em Tempe. O Lunar Reconnaissance Orbiter é gerenciado pelo Centro de Voo Espacial de Goddard da NASA em Greenbelt, Maryland, como um projeto sob o Programa de Descoberta da NASA. O Programa de Descoberta é gerenciado pelo Centro de Voo Espacial Marshall da NASA em Huntsville, Alabama, para a Direção de Missão Cientifica na sede da NASA em Washington.
Fonte: NASA
[Tradução e adaptação: @jonathantorres19]
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