Um oceano sob a crosta de gelo de EUROPA nos espera para ser descoberto
Europa: Fatos sobre a lua de gelo de Júpiter e seu oceano
Mas antes, vamos aos números:
Idade: Estimado que ela tenha 4.5 bilhões de anos, mesma idade que Júpiter.
Gravidade: 1.31 m/s²
Diâmetro: 3128 km
Temperatura média: -171 °C
Temperatura média: -171 °C
Atmosfera: 100% oxigênio
Distância do Sol: 1.1 bilhão de km
Distância de Júpiter: 671 mil km. É a sexta lua de Júpiter, contando de dentro para fora.
Dentre estas, Europa é a menor das quatro, mas é a mais intrigante. Sua superfície é coberta com uma camada de gelo. Porém, cientistas pensam que há um oceano abaixo dessa superfície. A superfície de gelo também faz dela a lua mais reflexiva do Sistema Solar. Embora isso não tenha se repetido, em 2013 foi observado que água jorra dessa lua.
Várias espaçonaves voaram sobre Europa, incluindo as Pionners 10 e 11, como também as Voyagers 1 e 2 nos anos 70. A nave Galileu fez uma missão mais duradoura em Júpiter e em suas luas entre 1995 e 2003. Tanto a NASA quanto a ESA planejam missões até Europa e à outras luas na década de 2030.
Características de Europa
Uma forte característica dessa lua é sua superfície altamente reflexiva. É estimado que sua superfície tenha em torno de 20 milhões a 180 milhões de anos, o que faz dela uma superfície jovem. Imagens e dados provenientes da espaçonave Galileu sugerem que Europa é feita de rocha sílica e tem um núcleo de ferro e um manto rochoso, muito parecida com a Terra. O que não se assemelha a Terra é seu interior rochoso que é envolvido por uma camada de gelo de aproximadamente 100 km de espessura.
A possibilidade de vida extraterrestre é uma das razões pelo interesse considerável em Europa. De fato, estudos recentes tem dado fôlego a teoria de que Europa pode suportar vida.
Sua superfície é coberta por rachaduras. Muitos cientistas acreditam que elas são produtos da força de maré. É possível que, quando a órbita de Europa aproxima a lua de Júpiter, a maré do mar abaixo da superfície de gelo sobe mais do que o normal. Se for isso, o constante “levanta e abaixa” no nível do mar é que causa muitas dessas fissuras observadas na superfície da lua (figura abaixo).
A obtenção de amostras desse mar não significa ter que perfurar o gelo para chegar até ele e realizar a coleta. Em 2013, o Hubble identificou gêiseres de vapor de água no polo sul da lua, Após essa observação, nunca mais esse evento foi registrado, o que levou cientistas a considerarem que pode se tratar de um evento periódico.
Em 2014, cientistas descobriram que Europa pode apresentar uma forma de tectonia de placas. Antes disso, a Terra era o único corpo conhecido no sistema solar com uma crosta dinâmica, o que é considerado como algo relevante no papel da evolução de vida no planeta.
Europa: Onde a vida pode ter evoluído?
A presença de água abaixo da crosta congelada dessa lua faz com que os cientistas a coloque como uma das melhores para se procurar por vida no Sistema Solar.
Nas profundezas gélidas dessa lua pode haver aberturas entre o manto e o oceano, criando passagens por onde o calor pudesse aquecer determinadas partes, provendo assim ambientes que poderiam favorecer a evolução de organismos. Se a vida existir nessa lua, ela pode ter sido depositada lá por cometas. Esses corpos podem ter depositado material orgânico lá, quando o Sistema Solar ainda era novo.
Em 2016, um estudo sugeriu que Europa produz 10 vezes mais oxigênio do que hidrogênio, o que são números similares ao que acontece na Terra. Isso pode fazer com que o oceano seja favorável a vida – assim a lua não precisaria tanto das forças de maré para gerar calor suficiente. Ao invés disso, as reações químicas já seriam suficientes para conduzir esse ciclo.
Explorações futuras de Europa
Em 2013, o Conselho Nacional de Pesquisa Científico Planetária dos EUA enviou uma recomendação para o programa de exploração espacial da NASA. A exploração de Europa estava no topo da lista de prioridades para exploração espacial. Desde então, a NASA tem trabalhado em uma missão para a gélida lua de Júpiter.
De acordo com a NASA, esta missão – que seria lançada depois da década de 2020 – faria vários sobrevoos em Europa, com uma espaçonave orbitando Júpiter. Haverá 9 instrumentos científicos a bordo, incluindo câmeras, radar para ver debaixo do gelo e tentar mensurar sua espessura, um magnetômetro para mensurar o campo magnético e indicar a salinidade deste oceano e um instrumento térmico para procurar por sinais de erupções. Os 45 sobrevoos iriam ser feitos a uma altura entre 25 km e 2.700 km.
A ESA planeja também uma missão a Europa e duas outras luas utilizando um explorador que se chamará JUICE (JUpiter ICy moons Explorer, ou Explorador das luas gélidas de Júpiter). Espera-se que o lançamento seja em 2022 e sua chegada seja em 2030. A duração da missão será de 3 anos. Uma vez alcançado o alvo, Europa, a missão irá procurar por moléculas orgânicas e outros aspectos que façam da lua favorável a existência de vida. Ainda, a missão irá inspecionar a espessura da crosta de gelo, particularmente sobre as regiões ativas.
[Tradução e adaptação: @difurlan1]
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