Uma Odisséia no Espaço: 21 anos do início da procura por uma outra Terra.
"Existe uma infinidade de mundos. Alguns como o nosso, enquanto outros são bem diferentes. Nós deveríamos acreditar que em todos os mundos existam criaturas, plantas e outras coisas que nós vemos em nosso mundo." - Epícuro, C. 300 A.C.
Nós estamos sozinhos? Existem outros planetas como o nosso? Existe vida espalhada pelo universo?
Estas são dúvidas que ecoam por anos - desde o tempo dos filósofos Gregos. Mas por anos essas respostas tem se mostrado muito difíceis, se não impossíveis de se encontrar.
O mês de Outubro marca o 21° aniversário de descobrimento do primeiro planeta orbitando uma outra estrela parecida com o Sol. Seu nome é 51 Pegasi b, ou "Dimidium". Sua existência provou que há outros planetas na galáxia além do Sistema Solar.
É cada vez mais interessante a corrida em que astrônomos estão para descobrirem o primeiro exoplaneta similar a Terra orbitando uma estrela que não seja o nosso Sol. A descoberta do chamado "ponto azul" poderia redefinir nossa compreensão do Universo, como também nosso lugar nele, especialmente se astrônomos puderem também encontrar sinais de vida na superfície desse exoplaneta.
A Astronomia está adentrando em uma era fascinante onde nós estamos começando a responder perguntas tentadoras que as pessoas tem feito por milhares de anos.
Em 1584, quando um monge Católico chamado Giordano Bruno afirmou que haviam "incontáveis sóis e incontáveis planetas Terra, todos rotacionando ao redor de suas estrelas," ele foi acusado de heresia.
Mas mesmo no tempo de Bruno, a ideia de vários mundos já não era totalmente nova. Bem antes na Grécia antiga, a humanidade já especulava que outros sistemas solares poderiam existir e que alguns mundos poderiam acolher vida.
E mesmo após séculos, nenhuma prova convincente foi construída de que planetas como a Terra orbitam ao redor sequer da estrela mais próxima.
Existem planetas como o nosso?
A primeira descoberta de um planeta orbitando uma estrela similar ao Sol veio em 1995. A dupla Suíça Michel Mayor e Didier Queloz, de Genebra, anunciaram que eles haviam encontrado um planeta gasoso orbitando bem de perto e rapidamente a estrela 51 Pegasi.
Este anúncio marcou o início de muitos descobrimentos. A partir daí, outras descobertas exóticas transformaram ficção científica em ciência:
Mas e uma outra Terra?
Nossa primeira missão para descobrir exoplanetas chamada Kepler, lançada em 2009, revolucionou o modo dos astrônomos entenderem o universo e o nosso lugar nele. Kepler foi construído para responder a seguinte questão: quantos mundos habitáveis existem em nossa galáxia?
E ele nos mostrou milhares de planetas descobertos por seu olho afiado, permitindo-nos vislumbrar (estatisticamente falando) que em cada 5 estrelas do tipo do nosso Sol, 1 possui planetas orbitando dentro da zona habitável (onde é possível existir água líquida).
Agora, outras missões como os Telescópios Espaciais Hubble e o Spitzer apontam para sistemas planetários promissores (TRAPPIST-1) para descobrir se eles são adequados para a vida como a conhecemos.
A vida existe em todo lugar no Universo?
Agora que a caça a exoplanetas é um dos focos principais da Astronomia, a corrida se dá para a construção de instrumentos que poderão encontrar mais e mais planetas, especialmente mundos que poderiam ser como o nosso.
Nosso Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito, ou Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), agendado para ser lançado em 2017-2018, irá procurar super-Terras e por planetas com o tamanho da Terra em volta de estrelas mais próximas de nós. TESS encontrará novos mundos do mesmo modo que o Kepler faz - pelo método de trânsito - mas irá cobrir uma área do céu 400 vezes maior.
O Telescópio Espacial James Webb, que será lançado em 2018, será nosso mais potente telescópio até então. Webb utilizará seu espectroscópio para olhar a atmosfera de exoplanetas, a procura de sinais de vida.
Nós ainda não sabemos onde ou o quais planetas estão nas zonas habitáveis das estrelas mais próximas da Terra. Procurando em nossa vizinhança por habitats em potencial será o próximo capítulo no desenrolar dessa história.
[Tradução: @difurlan1]
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