Mundos de Água com Oceanos Sem Fim

Missão Kepler revela planetas diferentes de tudo o que há em nosso Sistema Solar.


Essa história lembra o longa metragem de ficção WaterWorld – O Segredo das Águas, com Kevin Costner.

Só que é bem melhor, pois estamos falando de ciência. Em abril desse ano, astrônomos descobriram um sistema planetário que mais se parece com vários aquários orbitando a estrela Kepler-62. Este sistema solar tem 5 planetas, onde 2 deles estão em sua zona habitável (que é onde a temperatura de um planeta favorece a conservação da água liquida em sua superfície: nem tão quente, nem tão frio). 

Pesquisas com simulações de modelos computadorizados da Universidade de Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics (CfA), sugerem que ambos planetas são mundos de água, com suas superfícies cobertas por um oceano global, sem terra aparente.

“Aqueles planetas são diferentes de tudo em nosso Sistema Solar. Eles tem oceanos sem fim”, disse a autora principal da pesquisa, Lisa Kaltenegger, do Instituto de Astronomia Max Planck e CfA.
“Pode haver vida lá, mas vida que utilize tecnologia como a nossa? A vida nestes planetas poderia florecer debaixo d’água sem fácil acesso a metais, eletricidade ou fogo para metalurgia. Ainda assim, aqueles mundos devem ser maravilhosos planetas azuis que orbitam uma estrela laranja e talvez a vida ali poderia até nos surpreender com seus estágios de avanço tecnológico”, completou Kaltenegger.

Kepler-62 é um tipo de estrela que está na categoria K, pouco menor e mais fria do que o nosso Sol. Os dois mundos de água que se localizam ali estão nomeados como Kepler-62e e Kepler-62f, realizando suas órbitas em torno da estrela a cada 122 e 267 dias, respectivamente. Eles foram encontrados pelo Telescópio Kepler, da NASA, que detecta planetas transitando em frente de suas estrelas (visto de nossa perspectiva). Através dessa técnica, astrônomos consegue medir a distancia da estrela que o planeta está, como também seu tamanho. O sistema de Kepler62 está ilustrado na figura (B).
   



Kepler-62e é 60% maior do que a Terra, enquanto que Kepler-62f é 40% maior do que nosso planeta. Essa proporção os deixa enquadrados na nomenclatura de “Super Terras”. Eles são muito pequenos para que suas massas sejam medidas, mas astrônomos esperam que eles sejam compostos de rocha e água.

O mais quente dos dois planetas, Kepler-62e teria um pouco mais de núvens do que a Terra, de acordo com modelos de computador. Mais distante de sua estrela, Kepler-62f precisaria de um efeito estufa proporcionado por CO2 (dióxido de carbono) para aquecer o planeta suficientemente para hospedar um oceano. Caso contrário, poderia se tornar uma bola de neve coberta de gelo, como a lua Encelados, em Saturno. 

“É provável que Kepler-62e tenha um céu muito nublado e é quente e húmido até as regiões polares. Kepler-62f seria mais frio, mas ainda potencialmente favorável à vida”, disse Dimitar Sasselov, que é astrônomo de Harvard e co-autor do estudo. 

A descoberta levanta uma intrigante possibilidade, que é de alguma estrela em nossa galáxia pode estar sendo orbitada por dois planetas como a Terra. Planetas com oceanos e continentes, onde vida com tecnologia avançada poderia se desenvolver.

“Imagina olhar através de um telescópio e ver um outro mundo com vida à apenas poucos milhões de quilômetros de nós. Ou, tendo a capacidade de viajar entre eles. Eu não posso imaginar uma motivação mais forte para começar a ser uma civilização que tem a capacidade de viajar através do espaço, disse Sasselov.

A pesquisa de Kaltenegger e Sasselov foi aceita para publicação no AStrophysical Journal. 

Procurei algum vídeo onde poderia ilustrar melhor sobre o assunto e encontrei este de 1:47 minutos, muito bom: https://www.youtube.com/watch?v=bPaitOZgIys (em inglês).



Fonte: http://www.dailygalaxy.com/my_weblog/2016/07/water-worlds-of-endless-oceans-nasas-kepler-mission-reveals-planets-unlike-anything-in-our-solar-sys.html

[Tradução: @difurlan1 ]

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