A lua Miranda

Concepção artística: Urano sendo observado de Miranda, sua lua mais interna.

Em 1948, Gerald Kuiper, utilizando-se de um telescópio com um espelho primário de 2 metros de diâmetro, no Observatório McDonald, em Austin, no Texas, descobriu a lua mais interna de Urano: Miranda. Kuiper deu esse nome à lua em homenagem ao trabalho de Shakespeare chamado de A Tempestade, uma comédia trágica. 

Miranda em números
Diâmetro: 500 km
Gravidade: 0.09 m/s²
Distância média para Urano: 129.900 km
Distância para o Sol: 2.877 Bilhões de km

Miranda faz parte de um conjunto de 27 luas do planeta Urano, sendo ela a menor delas. Nota-se que Miranda tem um relevo predominantemente antigo, com poucas áreas de formação mais recentes. Mesmo assim, ela tem uma superfície complexa e diversa. 
 


Sua composição é uma mistura de gelo e rocha. Nota-se relevos estranhos, com precipícios, áreas com crateras que chegam a ter 60 km de diâmetro, montanhas e planícies suaves. Sua superfície é escura, refletindo menos de 1/3 da luz solar. Suspeita-se que sua superfície seja escura por causa de material carbonoso. Seu brilho aumenta consideravelmente quando ela está em oposição - quando o observador está diretamente entre ela e o Sol. Isso indica que sua superfície é porosa, As áreas mais altas elevam-se a 15 km de altura. 

Formações ovaladas, chamadas de Coronas, podem ser percebidas em sua superfície, no hemisfério sul. Essas formações são únicas no Sistema Solar. Até agora foram encontradas 3: 

A Corona Arden, que é a maior. Ela tem picos e relevos de até 2 km de altura. Em contrapartida, a Elsinore Corona tem um relevo relativamente suave e as elevações não chegam a 100 metros. E por fim, a Inverness Corona, que tem um formato em trapézio, com uma intrigante bifurcação em seu centro.


Miranda e as formações chamadas Coronas

E como que estas Coronas se formaram? Usando modelos, pesquisadores descobriram que a convecção* no manto gelado de Miranda foi o que provavelmente deu origem a essas formações. Durante a convecção, o gelo que derreteu aflorou para a superfície e foi em direção onde se localizam as Coronas.  

*Convecção do manto é o movimento lento de arrasto do manto rochoso do planeta causado por correntes que movimentam para cima e para baixo a matéria do manto e que transportam calor do interior do planeta para a sua superfície.


Na verdade, é provável que a energia interna que impulsionou essa convecção foi devido às forças gravitacionais de Urano e Miranda que interagiram, ou seja, as forças de maré atuaram quando Miranda ainda tinha uma órbita excêntrica, num momento de sua existência em que ela se movia em uma órbita mais elíptica do que a atual. 

Pesquisadores ainda tem dúvidas a respeito da existência de Coronas no hemisfério norte, pois essa parte da lua não foi fotografada pela Voyager 2, infelizmente. 


Cientistas ainda discordam sobre quais processos foram responsáveis pelas características gerais de Miranda. Uma possibilidade é que a lua pode ter sido esmagada por uma colisão colossal. Em seguida, as partes começaram a se aglutinar. Uma outra possibilidade, que talvez seja o cenário mais provável, é que as áreas onde se localizam as Coronas são locais onde grandes rochas ou meteorito metálico bateram e derreteram parcialmente o subsolo, e criou lama, que voltou a congelar na superfície da lua.

Abaixo temos uma das imagens feitas pela Voyager 2, que passou a 147 mil km de sua superfície.

Superfície de Miranda


Fontes: 
1) http://solarsystem.nasa.gov/planets/miranda/indepth
2) http://www.scienceworldreport.com/articles/17267/20140919/icy-moon-uranus-miranda-deformed-tidal-heating.htm
3) http://www.astronoo.com/pt/miranda.html
4) https://pt.wikipedia.org/wiki/Miranda_(sat%C3%A9lite)


[Tradução e adaptação: @difurlan1]



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