Astrônomos descobrem que dentro de um aglomerado globular de estrelas há uma quantidade incomum de buracos negros
Um time de pesquisadores da Universidade de Surrey que estudava o aglomerado estelar NGC 6101, localizado na constelação Apus a 47,600 anos-luz de distância da Terra e 36,500 anos-luz de distância do centro da Via Láctea, descobriu que há muito mais no aglomerado do que nós podemos ver.
Os dois pesquisadores, Miklos Peuten e Mark Gieles, usando modelos de simulação de computador conseguiram explicar a causa da pouca concentração de estrelas no aglomerado, a causa é a presença de uma larga população de buracos negros (Marcações circulares em vermelho na imagem simulada) dentro do próprio aglomerado que por sua vez faz o papel de matéria-escura – gerando gravidade suficiente para manter a concentração de estrelas.
A maioria dos buracos negros não são facilmente detectáveis, os buracos negros super massivos que naturalmente encontram-se no centro de cada galáxia são detectados através da emissão de radiação eletromagnética a partir da matéria que orbita próximo ao seu horizonte de evento, e também através dos jatos de matéria ejetados a partir do disco de acreção em direções polares, assim como nesta imagem capturada e combinada a partir do telescópio espacial de raio-x Chandra e do telescópio Australiano Compact Array:
Esta imagem trata-se de um buraco negro super massivo no centro da galáxia Pictor A, a 500,000,000 anos-luz de distância da Terra, o jato de matéria se estende por um comprimento de 300,000 anos-luz saindo do disco de acreção do buraco negro em direção ao espaço intergaláctico, viajando numa velocidade próxima a da luz.
Mas os buracos negros pequenos, que por sua vez são os mais comuns no universo, são geralmente detectados através de sua influência gravitacional sobre suas vizinhanças, que é o caso dos buracos negros do aglomerado NGC 6101, que foram detectados apenas pela influência gravitacional.
Esta é a primeira vez que tal concentração de buracos negros é detectado dentro de um aglomerado globular de estrelas, antes se pensava que um buraco negro recém-nascido a partir de uma supernova seria ejetado de seu aglomerado estelar, mas o aglomerado NGC 6101 mostra que isso não é necessariamente verdade. Parece que é totalmente plausível que um buraco negro permaneça dentro de seu aglomerado. É o que o paper publicado no Jornal Oxford no dia 13 de julho deste ano pelo time de pesquisadores de Surrey explica, que a massa observável do aglomerado NGC 6101 não é suficientemente alta para manter o aglomerado, mas uma vez que inserimos vários buracos negros na simulação, as características observáveis do NGC 6101 passam a fazer sentido.
Paper: Jornal Oxford
[Escrito por: @jonathantorres19]
Poste um comentário