Rússia planeja missão para pousar um foguete na lua Ganimedes, em Júpiter
A única lua do Sistema Solar com campo magnético próprio poderá receber uma sonda de exploração.
Em um vídeo postado no Youtube, dia 3 de Agosto, (logo abaixo), engenheiros da Agência Espacial Russa, Roscosmos, propuseram um módulo orbitador e outro que pousaria em uma missão a Ganímedes. O vídeo sugere que o lançamento poderia acontecer na próxima década. Embora os comentários sejam na língua russa, o vídeo parece sugerir que Ganimedes pode ser um bom candidato, até melhor do que a lua Europa.
Em Março de 2015, o Telescópio Espacial Hubble, da NASA, revelou mais evidências de que há um oceano salgado submerso em Ganimedes, a maior lua de Júpiter. Especula-se que o oceano subterrâneo de Ganimedes tenha mais água que em todo o planeta Terra. Identificar água líquida é algo crucial quando está procurando por mundos habitáveis além da Terra, como também por vida, assim como a conhecemos.
“Esta descoberta é algo marcante, destacando o que apenas o Hubble pode realizar atualmente,’ disse John Grunsfeld, administrador assistente recém aposentado da Diretoria de Missões Científicas da NASA. “Nestes 25 anos em órbita, o Hubble fez muitas descobertas em nosso Sistema Solar. Um oceano sob uma crosta de gelo de Ganimedes abre uma distante, mas excitante possibilidade de vida além da Terra”.
Ganimedes é a maior lua no Sistema Solar e a única lua com um campo magnético próprio, como falado acima. O campo magnético causa auroras, que são faixas brilhantes, de gás ionizado, na região dos polos norte e sul da lua. Pelo fato de Ganimedes estar perto de Júpiter, ela também incorpora o campo magnético de Júpiter. Quando o campo magnético de Júpiter muda, as auroras em Ganimedes também mudam.
Acompanhando o movimento das duas auroras, os cientistas foram capazes de determinar que uma grande quantidade de água salgada existe abaixo da crosta de Ganimedes, pois ela afeta o campo magnético.
Um time de cientistas liderados por Joachim Saur, da Universidade de Colônia, na Alemanha, apresentaram a ideia de utilizar o Hubble para aprender mais sobre o interior da lua. “Eu sempre imaginei diferentes maneiras de se utilizar um telescópio,” disse Saur. “Existe um meio que você poderia usar um telescópio para olhar dentro de um corpo planetário? Então eu pensei, as auroras! Por que auroras são controladas pelo campo magnético. Se você observar a aurora de um ângulo apropriado, você aprende algo sobre o campo magnético. Se você conhece o campo magnético, então você sabe algo sobre o interior da lua.”
Se houver um oceano submerso, o campo magnético de Júpiter criaria um campo magnético secundário no oceano que seria contrário ao campo de Júpiter. Esta fricção magnética iria retrair o movimento das auroras em 2 graus, ao invés de 6 graus se o oceano não estivesse ali. Os cientistas estimam que o oceanos tem cerca de 100 quilômetros de espessura. 10 vezes mais profundo do que os oceanos na Terra – e enterrado abaixo de 150 quilômetros da crosta de gelo.
A primeira suspeita de que havia um oceano em Ganimedes foi na década de 70, baseado em modelos de uma lua grande. A missão Galileu, da NASA, mediu o campo magnético de Ganimedes em 2002, fornecendo a primeira evidência que apoiava as suspeitas. A espaçonave Galileu realizou breves medições do campo magnético em intervalos de 20 minutos, mas as observações foram muito curtas para ela conseguir detectar o campo magnético secundário no oceano.
Fonte: http://www.dailygalaxy.com/my_weblog/2016/09/russia-announces-space-mission-to-land-a-rocket-on-jupiters-ganymede-largest-moon-in-our-solar-syste.html
[Tradução: @difurlan1]
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