Essa estrela era tão massiva que se devorou antes que pudesse virar uma supernova!

Algumas estrelas massivas morrem, não com uma explosão, mas com um soluço.


Uma equipe de cientistas realizou a primeira confirmação de uma supernova falida – e nesse processo todo testemunhou o nascimento de um buraco negro.

Scott Adams, Crhistopher Kochanek e Jull Gerke, astrônomos da Caltech, e Krzystof Stanek, da Universidade do Estado de Ohi, juntamente com Xinyu Dai, da Universidade de Oklahoma, desenvolveram um novo método de observação que utiliza o Grande Telescópio Binocular (LBT) para identificar candidatas a supernovas falidas, que são estrelas massivas que morreram sem uma típica explosão espetacular. Usando o primeiro dos 4 anos de dados de pesquisa do LBT, a equipe se concentrou em uma estrela na Galáxia NGC 6946.

Esta estrela, N6946-BH1, conseguiu nossa atenção por que em 2009 ela inflou em mais de 1 milhão de vezes o brilho de nosso Sol, depois gradualmente se apagou e sumiu. Mas não sem deixar uma pista tentadora do que aconteceu: um fraco traço em infravermelho que é consistente com a energia emitida da matéria quando gira para cair em um buraco negro.

“Se esse evento for realmente uma supernova falida, isso significa que nós observamos o nascimento de um novo buraco negro pela primeira vez, o que é realmente fascinante,” disse Adams. “Mas as descobertas também tem profundas implicações”.

Desde 2003, muitos astrônomos tem aceitado a ideia de que algumas estrelas são muito massivas criar uma supernova. Pelo fato delas não conseguirem superar a própria gravidade ao ponto de explodir, essas estrelas simplesmente extinguem-se e colapsam em um buraco negro. Mas não há nenhuma evidência direta do porquê isso acontece – até agora não.

Adams e sua equipe argumentaram que se uma supernova ocorrer em uma supergigante vermelha, as maiores estrelas do universo em termos de volume, o processo produziria uma explosão visível de energia gravitacional – como o flash de luz brilhante que o Telescópio Espacial Hubble registrou em N6946-BH1 de Março a Maio de 2009. Eles submeteram suas descobertas ao Monthly Notices da Royal Astronomical Society e publicaram um preview online no início desse mês.

“Isso implica que supernovas falidas são a solução para o mistério do por quê estrelas supergigantes vermelhas supermassivas não geram supernovas, e por que há uma lacuna entre a distribuição de massa entre uma estrela de nêutrons e buracos negros,” disse Adams.

Existem muitas outras possibilidades, mas improváveis explicações para o que nós temos observado em N6946-BH1. Novas análises e dados arquivados de fotometria do Hubble e do Spitzer possibilitam a equipe verificar tudo, menos a possibilidade da estrela estar escondida atrás de uma máscara ejetada de poeira estelar. Eles estão aguardando por mais dados do Telescópio Chandra. Emissões de raios-x provenientes da estrela poderiam confirmar a presença de um buraco negro. Contudo, se raios-x não forem detectados, a equipe continuará a monitorá-la e trabalharão em um telescópio mais potente para se certificarem que a estrela desapareceu.

“Essa pesquisa original ainda está em curso”, disse Adams de sua equipe que trabalha com o LBT. “Em um próximo artigo iremos apresentar os resultados dos primeiros sete anos da pesquisa, em específico a respeito de núcleos colapsados de estrelas massivas que resultaram em uma supernova falida”.

Fonte: http://www.astronomy.com/news/2016/09/this-star-was-so-massive-it-ate-itself-before-it-could-go-supernova

[Tradução: @difurlan1]


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