A Odisseia das Voyagers: do espaço interestelar para o fundo dos oceanos.
Somente duas das nossas naves se aventuraram no grande
oceano escuro do espaço interestelar. A odisseia mais longa em toda história.
As Voyagers 1 e 2, da NASA. Ambas as naves foram lançadas em 1977. Essas naves se movem a cerca de 65.000 quilômetros por hora. Elas nos deram a primeira imagem próxima da grande mancha de Júpiter.
(Mancha de Júpiter)
Um furacão com o triplo do tamanho da Terra que está em atividade desde, no mínimo 1644, quando foi observado pela primeira vez. Pelo que sabemos pode estar em atividade há milhares de anos.
As Voyagers descobriram o primeiro vulcão ativo em outro mundo - Io, uma das luas de Júpiter. E um oceano debaixo da superfície gelada da lua Europa. Com no mínimo do dobro de água que temos aqui na Terra.
(Imagem de Io)
(Imagem de Europa)
As Voyagers passaram pelos anéis de Saturno e revelaram que eles são feitos de centenas de faixas finas de bolas de neve em órbita. Em Titan, na gigantesca lua de Saturno, as voyagers detectaram uma atmosfera 4 vezes mais densa do que na terra, o que indicou a existência de mares de hidrocarbonetos em Titãs. Isso foi posteriormente confirmado.
(Imagem de Titan)
A Voyager 2 nos deu o retrato do nosso planeta mais externo - Netuno - onde os ventos castigam a mais de 1.600 quilômetros por hora. Sua lua Tritão, onde gêiseres de nitrogênio fervente alcançam 8 quilômetros de altura.
(Imagem de Netuno)
A Voyager concluiu com sucesso a sua missão de descoberta dos planetas mais externos. Mas sua odisseia para a escuridão estava só começando. 35 anos depois de seu lançamento, a Voyager 1 se tornou a primeira de nossas naves a entrar em um reino desconhecido. O sol está constantemente enviando um fluxo de partículas carregadas em todas as direções, movendo-se a um milhão e meio de quilômetros por hora. Isso é o vento solar e se torna uma vasta bola magnética: nossa heliosfera, que se estende além dos planetas mais externos e empurra o gás rarefeito do espaço interestelar.
Mas há uma fronteira em que um termina e o outro começa.
A Voyager 1 avisou que seus detectores estavam sendo atacados por mais e mais raios cósmicos. Até então não sabíamos aonde o oceano interestelar começava. A Voyage 1 ultrapassou uma fronteira que nunca havíamos cruzado antes. A heliosfera nos protege da maioria dos raios cósmicos, que são mortais.
Quando os fortes ventos Solares sopram, Essa zona de proteção cresce. quando o Sol está calmo ela se reduz. Quando ocorre uma Supernova numa estrela de nossa vizinhança galáctica, os detritos da estrela explodida empurram a heliosfera de volta para o Sol.
Se forem fortes o bastante para puxar além da órbita da Terra, o nosso planeta recebe um banho radioativo de detritos de Supernova. Mas por sorte não acontece sempre. A última vez foi a uns dois milhões de anos. Uma estrela próxima explodiu 1 milhão de anos antes de sequer existir a espécie humana. Como podemos saber disso?
(Nódulo de Manganês)
Por que a estrela que morreu deixou sinais quilômetros abaixo da superfície do oceano. Deixou os nódulos de manganês. Pequenas rochas que estão espalhadas pelo leito oceânico.
Elas crescem muito lentamente, um milímetro a cada milhão de anos. Camada sobre camada. Esses nódulos crescem em parceria com as bactérias, acumulando minerais dissolvidos na água salgada.
Uma supernova produz uma forma radioativa de ferro, diferente de qualquer coisa feita por processos naturais na Terra. Os pesquisadores descobriram traços reveladores desse ferro, em uma camada fina abaixo da superfície dos nódulos de manganês. Eles usaram a taxa conhecida de crescimento dos nódulos, para datar aquela camada e para conectar ao destino de uma estrela que morreu há muitas eras.
A diferença entre não ver nada além de uma pedra e ler a história do Cosmos escrita lá dentro é a Ciência." - Cosmos, Cap 13.
@difurlan1
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