Objetos com pouca massa poderiam ajudar a refinar a evolução planetária


Quando uma estrela é jovem, ela ainda é rodeada pelo disco de gás e poeira que pode formar planetas. Astrônomos gostam de encontrar esses discos por que eles podem ter a oportunidade de ter o raro vislumbre de um processo de formação planetária. Esse é um fenômeno muito incomum de acontecer ao redor de anãs marrons ou estrelas que apresentam pouca massa. Um novo estudo de uma equipe liderada por Anne Boucher da Universidade de Montreal, incluindo Jonathan Gagné e Jacqueline Faherty, da Carnegie, descobriram quatro novos objetos de pouca massa rodeados por esses discos. Os resultados serão publicados pelo The Astrophysical Journal.

Três dos quatro objetos descobertos por esses pesquisadores são bastante pequenos, algo entre 13 e 18 vezes a massa de Júpiter. O quarto objeto tem em torno de 120 vezes a massa de Júpiter. (por comparação, o Sol é mil vezes mais massivo do que Júpiter.)

"Encontrar discos em sistemas com pouca massa é realmente interessante para nós, por que objetos que se enquadram na definição de estrela e que ainda tem seus discos, que indicam formação planetária, podem nos dizer muito tanto sobre a evolução da estrela quanto dos planetas," disse o primeiro autor, Boucher, que trabalha no Instituto de Pesquisa em Exoplanetas, em sua universidade (iREx).

Em um disco de formação planetária, os grãos de poeira colidem e se agregam para formar pedras, que crescem e formam pedregulhos arredondados, aumentando de tamanho, formando embriões planetários e, finalmente, planetas rochosos (alguns deles tornam-se núcleos rochosos de planetas gigantes gasosos). Os Astrônomos são capazes de identificar esses tipos de nascimento de planetas por que a estrela aquece a poeira que a envolve. Assim, utilizando-se de telescópios que enxergam em infravermelho, é possível saber que lá estão eles.

Contudo, alguns discos indicam que a formação planetária não está acontecendo, mas que já terminou. Esses discos são feitos de detritos deixados para trás por todas as colisões durante a formação planetária e por colisões subsequentes de novos planetas formados. Eventualmente, essa poeira remanescente é varrida. Mas até isso acontecer, um anel fino e gelado de poeira envolve a estrela. 

Alguns discos representam um estágio intermediário entre a formação planetária e a poeira remanescente. 

Para os astrônomos é importante tentar distinguir entre esses diferentes tipos de discos, por que depois eles podem traçar a evolução planetária, incluindo nosso próprio Sistema Solar, o nascimento e as mudanças que ocorrem através do tempo.

A equipe de pesquisas foi capaz de determinar que os discos ao redor dos 4 novos objetos recentemente descobertos por eles provavelmente estavam em fase de formação planetária. Nenhum dos quatro estavam na fase de pós-formação de sistema planetário.

Ainda mais interessante, dois desses objetos possivelmente tem entre 42 e 45 milhões de anos. Isso faria deles os objetos mais velhos rodeados por um sistema de disco ativo já encontrado.

"Ainda há muito o que aprender a respeito de discos ao redor de objetos de pouca massa como esses quatro," concluiu Gagné, que também é um colaborador do iREx. "Esperamos que nós possamos conduzir mais pesquisas sobre eles, que sejamos capazes de aferir o tipo de atividade que está acontecendo ali e se eles seriam ou não bons alvos para os caçadores de planetas do futuro."




[Tradução: @difurlan1]

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