Astrônomos identificaram uma estrela super massiva na Via Láctea


    (Uma impressão artística de um disco de gás e poeira orbitando uma jovem estrela do tipo O. Créditos da imagem: ESO/L. Calada. Astrônomos identificaram uma jovem estrela, localizada a quase 11 mil anos-luz daqui, que poderia nos ajudar no entendimento de como a maioria das estrelas massivas do universo se formam. Conhecida como G11.92-0.61 MM1, esta estrela, que tem mais de 30 massas solares – ainda está em processo de aglutinação de material de sua nuvem molecular e pode ser mais massiva quando chegar a vida adulta).

Pesquisadores, liderados por um grupo da Universidade de Cambridge, identificaram um estágio chave no nascimento de muitas estrelas massivas e descobriram que essas estrelas seguem um caminho similar que muitas estrelas menores que nosso Sol - originando-se de um disco de gás e poeira em rotação. O trabalho, com seus resultados, serão apresentados essa semana na Star Formation 2016  Conference (Conferencia de Formação Estelar de 2016), organizada pela Universidade Exeter e noticiada na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.


Em nossa galáxia, jovens estrelas massivas – aquelas com uma massa de ao menos 8 vezes maior a massa de nosso Sol - são muito mais difíceis de serem estudadas do que estrelas menores. Isto por que elas nascem e morrem jovens, fazendo delas estrelas raras entre as 100 bilhões de estrelas na Via Láctea e, em média, estão muito longe.


"Uma média de tempo para a formação de estrelas como nosso Sol é de poucos milhões de anos. Em contrapartida, estrelas massivas são formadas em uma velocidade maior, em torno de 100 mil anos," disse Dr. John Ilee, o autor do estudo, do Instituto de Astronomia de Cambridge. "Essas estrelas massivas também queimam seu combustível bem mais rápido. Então elas tem um tempo de vida bem menor, o que faz delas difíceis de serem pegas quando ainda estão em sua infância".


A protoestrela que Ilee e seu time identificaram reside em um nuvem escura – uma região densa e muito fria do espaço, o que faz dela um berçário ideal de estrelas. Contudo, é difícil observar esta rica região de formação estelar utilizando-se de telescópios convencionais, tendo em vista que essa região é cercada por uma nuvem de gás e poeira grossa e opaca.


Mas utilizando o SAM (Submillimeter Array) no Havaí e o Karl G Jansky Very Large Array (VLA), no Novo México, ambos utilizando comprimentos longos de luz para observar o céu, pesquisadores foram capazes de 'ver' através da nuvem e dentro do berçário estelar.
Medindo a quantidade de radiação emitida pela poeira fria perto da estrela e utilizando-se da impressão única de vários tipos de moléculas no gás, pesquisadores foram capazes de determinar a presença de um disco “Kepleriano” – Que rotacional rapidamente do centro para as bordas.


“Este tipo de rotação também é vista no Sistema Solar – Os planetas internos rotacional em volta do Sol mais rapidamente do que os planetas externos”, disse Ilee. “É excitante encontrar um disco ao redor de uma jovem estrela massiva, por que isso sugere que estrelas massivas formam-se de forma similar que estrelas de massas menores, como nosso Sol”.


As fases iniciais deste trabalho foram parte de um projeto de pesquisa de graduação na Universidade de San Andrews, financiado pela Royal Astronomical Society (RAS). O estudante de graduação que executou o trabalho, Pooneh Nazari disse, “Meu projeto envolveu uma pesquisa inicial de observações e desenvolvimento de uma parte de um software para ‘pesar’ a estrela central. Eu estou muito agradecido ao RAS por prover os fundos para o projeto de verão – Eu incentivo as pessoas interessadas em pesquisas a tentarem!”


Das observações, o time pode calcular que a massa da protoestrela deve ser 30 vezes a massa de nosso Sol. Ainda, a massa do disco em volta da jovem estrela também foi analisada. Concluíram que ele tem entre duas a três vezes a massa de nosso Sol. Dr. Duncan Forgan, também da Universidade de San Andrews e autor principal deste paper, disse: “Nossos cálculos teóricos sugerem que, de fato, o disco poderia esconder mais massa debaixo das camadas de poeira e gás. O disco pode ser tão massivo que e grande o suficiente para quebrar-se por causa de sua própria gravidade, dividindo-se e formando outras protoestrelas menos massivas que que já está se formando.


O próximo passo dos pesquisadores será observar a região com o ALMA (Atacama Large Milimiter Array), localizado no Chile. Este instrumento poderoso possibilitará visualizar qualquer possível companheira que ainda não pôde ser vista e permitir que os pesquisadores aprendam mais sobre esta intrigante jovem estrela massiva localizada em nossa galáxia.





[Tradução: @difurlan1]

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