A saga da vida

                                                                    
               

Sabemos pela teoria evolucionista, que pode ser estudada e testada, quer seja através de fósseis de espécie que um dia já ocuparam seu lugar neste planeta, quer seja por observações astronômicas que nos têm possibilitado vislumbrar desde nossa vizinhança interplanetária, que somos parte ínfima de um cosmos infinito em tamanho, mistério e diversidade.

Mesmo já tendo a capacidade de analisar os fatos, ainda sabemos muito pouco à respeito do que nos cerca. Em escala cósmica, somos como bebês deixados num cesto, que acabamos de abrir nossos olhos para o que nos aguarda para ser descoberto. Então, é claro que não podemos esperar respostas sólidas e definitivas a respeito de perguntas tão complexas e elementares como: Como surgiu a vida? Ou então como viemos parar aqui?

O que a ciência e a tecnologia podem nos oferecer são afirmações cada vez mais consistentes à medida que olhamos a história mais próxima de nosso tempo. Porém, a medida que nos afastamos em direção ao passado, evidências do que já aconteceu começam a desaparecer, ficam cada vez mais obscurecidas e a investigação se torna um verdadeiro trabalho arqueológico.

É através da curiosidade de pioneiros que a ciência se tornou possível. Podemos olhar o passado remoto através de um telescópio e ver como galáxias se formam. Olhando através de equipamentos específicos, analisar o processo de formação de suas estrelas. Entender como a formação de sóis também possibilitam a formação de planetas e suas particularidades ao redor destes astros magníficos, que vivem da luta intensa entre a fusão nuclear de seu combustível, o hidrogênio, com a gravidade. Essa luta é que mantém uma estrela e toda vida que pode estar orbitando ela, assim como nossa vida neste planeta. Mas como isso tudo surgiu?

De acordo com a teoria da evolução, nos é proposto que a aleatoriedade e a seleção são as responsáveis pelo surgimento da vida como a conhecemos. Tentando resumir 4 bilhões de anos em algumas palavras, podemos dizer que uma “simples” circunstância química levou a um dos grandes momentos de nosso planeta. Existiam muitos tipos de moléculas, assim como as que pudemos constatar em cometas estudados pela NASA.

Algumas moléculas foram atraídas pela água por um lado e repelidas por ela por outro. Isso as uniu em uma única concha esférica com um interior protegido. Assim, surgiu os primórdios da primeira célula, onde os ‘ancestrais’ do DNA encontraram um local para continuar o processo de evolução.

Plantas minúsculas levaram milhões de anos para evoluir e então liberar oxigênio. Mas não foi esse o ramo que levou até o ser humano. As bactérias que respiravam oxigênio levaram um bilhão de anos para evoluir. De um núcleo único, uma célula desenvolvida com um núcleo dentro. Algumas dessas formas levaram, finalmente, às plantas. Outras formaram colônias, realizando funções diferentes. Uma dessas diferenciações formou uma espécie de pólipo, que é formado por um tubo com extremidade oral e tentáculos, preso ao fundo do mar onde podia filtrar comida da água. Esse humilde ser levou a animais espinhosos, com órgãos internos, como exemplo a estrela do mar.

Logo após, estes animais desenvolveram guelras, pois era mais eficiente em filtrar a comida na água. Veja que tudo evolui para melhorar a captação de energia, para buscar fontes de alimentos? Assim, os mesmos animais também evoluíram seu tronco cilíndrico, antes fixo ao fundo do mar para uma espinha dorsal, o que fez com que pudessem nadar livremente pelas águas. Assim, o reino animal iniciou-se com os peixes que, gradualmente, desenvolveram maxilares e orifícios sensíveis aos fótons, o que à época era uma vantagem considerável, já que podiam distinguir entre claro e escuro e, mais adiante, saber o que era comida e o que era predador.  Os peixes que tinham maxilares, podiam usar as guelras para respirar. Os que nadavam mais rápido, consequentemente poderiam escapar de um ataque furtivo. Assim surgiram os peixes modernos.

Durante os incontáveis verões que a Terra já suportou, alguns lagos e pântanos secaram. Isso fez com que algumas espécies em franca evolução tivessem que buscar alternativas de respiração. Daí surgiram os primeiros animais que desenvolveram pulmões primitivos para respirar ar, até chegarem as chuvas. Se a chuva não vinha, era considerável chegar até o próximo pântano.

Esse passo foi uma adaptação muito importante na escala evolucionária. Daí surgiram os primeiros anfíbios, ainda com uma calda de peixe. Estes primeiros anfíbios ainda colocavam seus ovos na água, assim como seus ancestrais, os peixes. Seus ovos eram prezas fáceis em um mundo onde a vida estava em franca evolução. E foi desse processo evolutivo que surgiu a necessidade da procriação se dar em terra. Daí surgiu o ovo de casca, onde não havia predadores. A tartaruga é desta época.
Muitos dos répteis que saíram do ovo em terra jamais voltaram para a água. Uma vertente deu origem aos dinossauros. Uns com patas para andar e correr e outros com penas para voos curtos. Em decorrência de um impacto de um asteroide de grande magnitude, muitas das espécies de dinossauros foram extintas.

E esta não foi a maior das extinções que a terra já presenciou. Houveram outros períodos que a terra se pareceu mais com um cemitério do que com um planeta habitável. Enfim, os descendentes dos dinossauros que tinham penas e que sobreviveram à extinção destes animais são os pássaros.

A desgraça de uns abriu passagem de evolução para outros. As espécies com menos de 50 quilos e que faziam suas casas em tocas conseguiram sobreviver. Os precursores dos dinossauros também estavam evoluindo em uma direção diferente. Eram animais imaturos ao nascerem, como exemplo os marsupiais e os mamíferos. Eles precisavam ser ensinados à caça. Isso abriu espaço para a evolução de seus cérebros.

Uma linhagem desenvolveu a destreza de viver em árvores, manipular objetos com mãos e dedos ágeis, músculos preparados para tal, cérebros maiores e curiosidade pelo seu meio ambiente. Alguns viraram babuínos. Mas ainda não é esta a linhagem que deu origem ao ser humano.
Estas duas espécies ainda tem um ancestral em comum conosco, que compartilha 98,9% de código genético. Ao contrário dos chimpanzés, nossos ancestrais andavam eretos, tendo as mãos livres para empurrar, segurar e experimentar. Essa diferença de 1% no código do macaco para o ser humano é que nos coloca num patamar evolutivo onde ficamos mais inteligentes, começamos a falar e reconhecer padrões, cozer alimentos. Inventamos a agricultura, o que possibilitou a criação de sociedades e de fixar moradia. Ou seja, deixamos de ser nômades. Também inventamos a escrita, o que nos possibilitou passar a informação de uma geração para outra e, assim, de uma forma, nos imortalizar. Passamos por revoluções na sociedade, revoluções de pensamentos e nos organizamos de acordo com um código moral e ético em comum.

Este 1% de genética que nos faz, de certa forma, superiores às outras espécies que também habitam este planeta. E aqui estamos analisando apenas a evolução em escala microscópica, pois falamos básica e resumidamente do que houve no planeta Terra. O que houve em outros mundos distantes e, até então desconhecidos, é uma incógnita. O que imaginar das possibilidades e alcances científicos de seres hipotéticos, digo sobre outras possíveis (por que não?) civilizações onde seu DNA, que seja “apenas” 1% mais evoluído do que o humano, podem ser? Quais realizações podem alcançar? Como nos veriam na escala evolutiva? Será que passaram pela fase de se comunicar verbalmente ou ainda estão nela? Será que construíram ciência como a conhecemos? Utilizam-se de radiocomunicação como nós? Se não, estamos procurando por seres inteligente da forma correta? 

A verdade é que somos muito pequenos ao nos compararmos com a imensidão do que há, incluindo matéria atômica como a conhecemos, matéria escura e energia escura. Tão escuras para nós que a chamamos assim pelo fato de nem sequer conseguirmos entendê-las ao ponto de nomeá-las corretamente.

E não temos que nos envergonhar disso, em hipótese alguma. Estamos trabalhando para construir o saber e não simplesmente deixando ao oculto, ao místico ou à cargo de divindades. Nossos ancestrais, ao iniciar suas observações astronômicas, olhavam para o firmamento e procuravam reconhecer padrões que pudessem nos ajudar a entender os acontecimentos climáticos das épocas do ano, as estações, por exemplo. Mas eles iam além. Quando um ou outro cometa aparecia, sempre associavam a algo ruim que estava prestes a acontecer. E não podemos culpa-los, nem os criticar. Eles não tinham o conhecimento que temos atualmente e utilizavam nossas culpas e medos para explicar eventos ruins, como secas, fome e pestes, por exemplo. O misticismo sempre andou perto do desconhecido para que o ser humano pudesse ter uma ‘explicação’ do que haveria de acontecer ou do que já pode ter acontecido.

Mas não é só por que acreditamos em algo que o simples fato de acreditar a torna verdadeira. Se não houver curiosidade e pesquisa, não conseguiremos continuar abrindo a porta para o entendimento de como se deu nossa jornada, desde o desconhecido até nos descobrirmos como sobreviventes de uma saga épica da maravilha da vida.


Fonte de informação: https://www.youtube.com/watch?v=mbXkhtTNDi8 

Cosmos - Uma Voz na Sinfonia Cósmica - Parte 4 de 7 - (Dublado em Portugues)


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