Rios fossilizados sugerem calor e umidade no passado de Marte


Extensos sistemas de leitos de rios fossilizados foram descobertos em uma antiga região na superfície de Marte, o que dá mais força à ideia de que o atual Marte, frio e seco, já teve um clima quente e úmido há 4 bilhões de anos, de acordo com pesquisas lideradas pela UCL. 

O estudo publicado na Geology e financiado por Science & Technology Facilities Council e a Agencia Espacial Britânica, identificaram mais de 17 mil quilômetros de antigos canais de rios em uma planície do norte em Terra Arabia, nos dando fortes evidências de que água um dia fluiu em Marte. 
“Modelos climáticos do passado de Marte predizem chuvas em Terra Arabia e até agora havia pouca evidência geológica na superfície para apoiar essa teoria. Isto levou alguns a acreditar que Marte nunca foi quente e molhado, mas sim um planeta em grande parte congelado, coberto de lençóis de gelo e geleiras. Agora nós encontramos fortes evidências de extensos sistemas de leitos de rios na área que apoia a ideia de que Marte foi quente e úmido, proporcionando um ambiente mais favorável a vida do que o atual planeta frio e seco”, explica Joel Davis(UCL Earth Sciences), autor principal da pesquisa. 
  
Desde os anos de 1970, cientistas tem identificado vales e canais em Marte, que eles pensavam que tivessem sido esculpidos e erodidos por chuvas e escoamentos, assim como na Terra. Estruturas parecidas não haviam sido vistas em Terra Arabia, até que o time de especialistas analisou as imagens em alta resolução que a espaçonave Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) nos enviou recentemente.  
O novo estudo examinou imagens que cobrem uma área quase do tamanho do Brasil em uma resolução muito maior do que já foi possível anteriormente – 6 metros por pixel, comparado aos 100 metros por pixel que era possível antes. Enquanto poucos vales foram identificados, o time revelou a existência de muitos sistemas de leitos de rios fossilizados que são visíveis como canais invertidos espalhados pela planície Terra Arabia. 



 Mapa topográfico de Marte. A Terra Arabia é uma região antiga que conecta às terras altas do sul e às terras baixas do norte. Crédito da imagem: NASA/JPL/MOLA time de estudos. 

Os canais invertidos são similares aqueles encontrados em outros lugares, tanto em Marte quanto na Terra. Eles são feitos de areia e cascalho depositados em um rio. Quando o rio se tornou seco, os canais aflorara, no caminho que o rio fazia. Na terra, canais invertidos frequentemente ocorrem em ambientes secos e desérticos como Oman, Egito ou Utah, onde as taxas de erosão são baixas – na maioria dos outros ambientes, os canais deixam de existir antes de se tornarem invertidos.  


"As redes de canais invertidos na Terra Arabia tem cerca de 30 metros de altura e 1 a 2 km de largura! Então nós pensamos que eles provavelmente são remanescentes de grandes rios que fluía a bilhões de anos atrás. Terra Arabia era uma planície inundada por completa que margeava tanto Terras Altas quanto Terras Baixas em Marte. Nós imaginamos que os rios eram ativos há 3.7 a 3.9 bilhões de anos, mas gradualmente secaram antes de serem enterrados e protegidos por bilhões de anos, preservando qualquer material biológico antigo que poderia estar presente", acrescentou Joel Davis.  


"Essas planícies marcianas inundadas seriam os melhores lugares para realizar exploração e pesquisas por evidências de vida passada. Um destes canais invertidos chama Aram Dorsum e é um sério candidato a receber a Missão  ExoMars, da Agência Espacial Europeia, que será lançada em 2020", disse o Dr. Matthew Balme, conferencista sênior da The Open University e co-autor do estudo. 


Os pesquisadores estão planejando estudar os canais invertidos mais detalhadamente, usando os dados de alta resolução da câmera HiRISE da MRO. 




[Tradução: @difurlan1] 

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